Taxa fixa, variável ou mista: como escolher em tempos de incerteza?
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Escolher entre taxa fixa, variável ou mista no crédito habitação é uma das decisões mais importantes para quem vai comprar casa. E em tempos de incerteza económica — como variações da Euribor, inflação e alterações nas políticas do Banco Central Europeu — esta escolha torna-se ainda mais relevante.
Mas afinal, qual é a melhor opção? Depende do teu perfil, do momento económico e dos teus objetivos. Vamos explicar cada tipo de taxa e ajudar-te a tomar uma decisão mais informada.
???? O que é a taxa fixa?
Na taxa fixa, a prestação mensal mantém-se igual durante todo o contrato. A grande vantagem é a estabilidade: sabes sempre quanto vais pagar e estás protegido de subidas da Euribor.
Vantagens:
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Prestação constante, sem surpresas.
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Boa para quem tem um orçamento apertado ou prefere segurança.
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Protege contra subidas da taxa de juro.
Desvantagens:
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Geralmente, a prestação inicial é mais alta.
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Podes não beneficiar se as taxas de juro descerem.
???? E a taxa variável?
Na taxa variável, a prestação depende da Euribor (normalmente a 6 ou 12 meses), acrescida do spread definido pelo banco. Isto significa que o valor da prestação pode subir ou descer ao longo do tempo.
Vantagens:
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Começa com uma prestação geralmente mais baixa.
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Podes beneficiar com a descida das taxas de juro.
Desvantagens:
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Menor previsibilidade.
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Risco de aumentos significativos nas prestações, se a Euribor subir muito.
???? E a taxa mista?
A taxa mista combina as duas anteriores: começa com uma taxa fixa durante um período inicial (por exemplo, 5 ou 10 anos) e depois passa a taxa variável.
Vantagens:
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Combina a segurança inicial da taxa fixa com a possibilidade de baixar o valor da prestação no futuro.
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Permite planear os primeiros anos com mais tranquilidade.
Desvantagens:
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Pode ser menos vantajosa do que uma taxa totalmente fixa ou variável, dependendo da evolução das taxas.
???? Como decidir em tempos de incerteza?
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Análise do orçamento familiar: Se o teu orçamento é apertado e não tolera grandes variações, a taxa fixa pode ser a mais segura.
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Horizonte temporal: Se planeias vender a casa ou amortizar o crédito nos primeiros anos, uma taxa variável pode compensar.
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Perfil de risco: Preferes segurança e previsibilidade? Vai para a taxa fixa. Consegues lidar com alguma incerteza? A taxa variável pode ser mais vantajosa.
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Atenção às simulações: Compara sempre várias propostas dos bancos — a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) ajuda a perceber o custo total do crédito.
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Consulta um intermediário de crédito: Em Portugal, há profissionais habilitados que te ajudam a encontrar as melhores condições — e normalmente são gratuitos para o cliente.
✅ Conclusão
Não há uma resposta certa para todos. A melhor taxa depende das tuas circunstâncias pessoais e da tua tolerância ao risco. Em tempos de incerteza, o mais importante é informares-te bem, simulares cenários e planeares com cuidado. O crédito habitação é um compromisso de longo prazo — por isso, vale a pena decidir com calma.